CPI da Covid alcança 4 milhões de pessoas com hashtags favoráveis ao governo

A CPI da Covid tem movimentado o mundo político e as redes sociais nas últimas semanas. Um de seus momentos mais esperados aconteceu nos dias 19 e 20 de maio. Eduardo Pazuello, o mais longevo Ministro da Saúde do governo Bolsonaro, testemunhou por horas à frente dos Senadores.

A expectativa da oposição era encontrar contradições nas falas do ex-ministro e conectar suas ações diretamente ao Presidente Bolsonaro. Senadores governistas buscaram desviar a atenção para o combate à pandemia ao nível estadual e municipal, evitando assim a exposição dos erros do Governo Federal. Pazuello blindou o Presidente da República, assumindo individualmente a responsabilidade por decisões políticas e administrativas.

No mundo político, a avaliação foi de que o ex-ministro chegou bem treinado e conseguiu se esquivar das perguntas, apesar das contradições que podem ser enquadradas como mentiras.

Já nas redes sociais, a reação ao depoimento de Pazuello foi dominada por apoiadores do governo. Entre os dias 15 e 21 de maio, a plataforma de Social Listening da A_Estratégia monitorou o impacto da CPI da Covid em quatro redes sociais: Twitter, Youtube, Facebook e Instagram. Em 7 dias, o alcance potencial do tema foi de 4 milhões de pessoas. Como esperado, o Twitter foi a rede que concentrou o maior número de manifestações, seguido do Youtube. O pico de menções foi no dia 19 de maio, primeiro dia do depoimento do ex-ministro à CPI.

Duas tendências chamam a atenção na reação das redes sociais à CPI. Em primeiro lugar, as hashtags mais associadas ao depoimento e os posts de maior alcance durante esse período eram favoráveis a Pazuello, defendendo sua atuação e depreciando senadores da oposição. Por exemplo, as duas hashtags mais usadas ao longo desses dias, depois da genérica #CPIdaCovid, foram #RenanVagabundo e #SomosTodosPazuello.

Em segundo lugar, nota-se que usuários favoráveis ao governo dominaram o Twitter com postagens repetitivas. Um único usuário chegou a postar 119 tweets similares, com a mesma hashtag. Especialmente as hashtags #SomosTodosPazuello e #PazuelloGovernadordoAM foram levantadas por um número pequeno de usuários. Tudo isso sugere o uso de robôs programados para defender o ex-ministro Pazuello na semana de seu depoimento à CPI.

Analisando o comportamento das redes na semana da CPI, estimamos que parte da defesa do governo pode ser artificial. Entretanto, a criação de um ambiente favorável a Pazuello e Bolsonaro nas redes sociais pode incentivar usuários reais a demonstrarem apoio ao governo. Nesse sentido, o uso de robôs gera uma reação em cascata, fortalecendo a narrativa governista apesar dos desdobramentos da CPI.

Uma análise baseada nos diagnósticos da imprensa e no conteúdo do depoimento de Pazuello pode até indicar que o ex-ministro comprovou a ineficiência do governo no combate à pandemia durante a CPI. Todavia, o apoio de parte da população ao governo Bolsonaro fica explícito no mundo online. Como as redes sociais têm potencial para influenciar a avaliação do governo e as intenções de voto, seu monitoramento é fundamental. O acompanhamento das dinâmicas das redes adiciona elementos novos e imprescindíveis à análise de cenários políticos.

Crédito da foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado | Intervenção A_Estratégia

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