* Listening Trends: A_Estratégia mergulha nas redes sociais, analisando grandes volumes de dados através de sua plataforma de Social Listening para compreender a opinião pública e as tendências, mapear novas narrativas e jogar luz sobre importantes debates em curso no Brasil.
Na quarta-feira, dia 30 de junho, a oposição ao governo Jair Bolsonaro protocolou um superpedido de impeachment na Câmara dos Deputados. A apresentação do pedido vem em um momento de enfraquecimento do governo, em que a CPI da Covid investiga possíveis esquemas de corrupção. A peça unifica pedidos de impeachment anteriores e destaca crimes cometidos durante a pandemia de COVID-19.
Para ouvir as discussões nas redes sociais sobre o impeachment do presidente Bolsonaro e monitorar a repercussão dos últimos acontecimentos políticos, a plataforma de social listening da A_Estratégia acompanhou o uso do termo “impeachment” no Twitter, Youtube e Facebook entre os dias 24 de junho e 02 de julho. Nesse período, foram feitos 24.780 posts únicos com o termo, que tiveram potencial de alcance de mais de 241 milhões de pessoas. O Twitter foi a plataforma que concentrou as discussões.
O gráfico abaixo mostra o volume de menções aos termos “impeachment”, em rosa, e “Bolsonaro”, em roxo, ao longo da última semana. A_Estratégia identifica duas tendências relevantes nas discussões envolvendo esses termos no ambiente virtual. Em primeiro lugar, os dois picos de menções sobre o impeachment foram puxados por acontecimentos que vinculam o governo a esquemas de corrupção.
Ao longo do dia 26 de junho, as menções sobre o impeachment foram puxadas pelo depoimento dos irmãos Miranda à CPI da Covid, que aconteceu no dia anterior. Já entre os dias 29 e 30 de junho, as menções ao impeachment subiram como resposta à publicação da entrevista de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que denunciou à Folha de São Paulo o pedido de propina de funcionários do Ministério da Saúde. Mais tarde no dia 30, a apresentação do superpedido de impeachment também reverberou nas redes sociais.
A segunda tendência identificada pela A_Estratégia é que as menções ao presidente Bolsonaro se vincularam fortemente às conversas sobre o impeachment durante a semana. Em mais de um dia, o aumento das menções ao nome do presidente foi causado pelas discussões sobre o impeachment. Ou seja, em maioria, o termo “Bolsonaro” não se sobressaiu por conta de posts favoráveis ao governo.
Apesar disso, A_Estratégia também identifica movimentações favoráveis ao governo na última semana. Não houve uso coordenado de apenas uma hasthag. Ao contrário, usuários mencionariam diversas hashtags, como: Bolsonaro ate2026; BolsonaroIncorruptivel; RenanSaiadeTudo; Renanvagabundo; FechadocomBolsonaro; BolsonaroOrgulhodoBrasil etc. Essas hastags tiveram baixa repercussão, comparadas às menções sobre o impeachment.
De acordo com a plataforma de social listening da A_Estratégia, a maioria dos termos que acompanharam as menções ao impeachment no Twitter na última semana foi neutra. Isso indica que boa parte do debate buscava analisar o tópico, e não necessariamente se posicionava sobre ele. Por outro lado, os principais termos presentes nos tweets relacionados a “Bolsonaro” tiveram sentimento negativo. Nesse caso, as menções a Bolsonaro acompanharam palavras que se referiam à CPI da Covid, como vacina, propina e Luís Miranda. A nuvem de palavras abaixo ilustra esse último insight.
De fato, a CPI da Covid voltou a ganhar tração com as investigações sobre crimes e irregularidades na compra de vacinas. Na última semana, a busca pelo termo “CPI Covid” no Google atingiu o segundo maior pico desde a instalação da comissão. Após o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, no dia 19 de maio, o interesse pela CPI vinha atingindo níveis mais baixos. Agora, com investigações que se aproximam do Palácio do Planalto, seus trabalhos voltam a ganhar destaque. O interesse pela CPI Covid impulsiona as discussões sobre o impeachment, e vice-versa.
Interesse ao longo do tempo pelo termo “CPI Covid” desde a instalação da comissão:
Por fim, a imagem abaixo lista os maiores influenciadores que mencionaram o impeachment, divididos por rede social e avaliados por alcance. O tópico foi recorrente entre perfis da mídia e jornalistas (G1, Veja, Marco Antonio Villa), políticos (Manuela D’Ávila, Flávio Bolsonaro) e celebridades e influenciadores digitais que costumam discutir política (Gregorio Duvivier, Danilo Gentili).
Sobre A_Estratégia
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